quinta-feira, 19 de março de 2015

Profetas e Profetismo em Chave Histórica 04

Aíla L. Pinheiro de Andrade, nj* 
(Material Didático do Curso de Extensão na Faculdade Católica de Fortaleza)

Texto anterior clique aqui



A Reforma de Josias: Neto de Manassés, reinou de 639-606 a.C. Com morte de Assurpanipal (632), rei da Assíria, Josias, aos 16 anos, deu fim ao culto aos deuses dos assírios. Começou reformando o Templo (2Rs 21,3), onde foi encontrado o livro da Torah (2Rs 22,8) e por isso fez a reforma religiosa pondo fim à idolatria (2Rs 22,8-13). Mencionado por Jeremias (1,2-3; 3,6).

2.7 Habacuc (חבקוק, abraço): profetizou após a queda de Nínive (612 a.C.). O profeta viu a iniqüidade a seu redor e confrontou Deus (1,1-4). O Senhor anunciou que estava erguendo os ferozes caldeus (1,5-11). Como Sendo tão santo como Deus pode permitir isso? (1,12-17). O orgulho dos caldeus será sua própria queda, mas a fidelidade do justo será sua salvação (2,1-5). A passagem de Hab 2,4 “o justo viverá pela fé” é citada em Rm 1,17; Gl 3,12; Hb 10,37-38. Também estão nos evangelhos os “ais” (Hab 2,6b-20; Mt 23,13-32). A passagem Hab 1,4–2,20 é reinterpretada em um pesher de Qumran (1QpHab).

Queda de Nínive (612 a.C.): o governador Nabopolasar libertou a Babilônia do poder assírio e se tornou rei em 626 a.C. culminando na queda de Nínive em 612 a.C. após um cerco de 2 anos. Em 609 a.C. tentando impedir que o faraó Necao ajudasse a Assíria, o rei Josias morreu em batalha (2Rs 23,28-30) perto de Meguido (1Rs 9,15.19). Em 605 a.C., Nabucodonosor da Babilônia, derrotou os egípcios em Carquemis. 

2.8 Jeremias (ירמיהו, o SENHOR autorizou ou designou): iniciou quando ainda era jovem (Jr 1,6) no 13º. ano de Josias (628 a.C.). No reinado de Joaquim profetizou sobre a queda de Jerusalém e sofreu perseguição (Jr 36,5). Suas profecias foram escritas por Baruc num rolo. O livro foi queimado pelo rei que ordenou a prisão de ambos (Jr 36,26). O livro foi reescrito (Jr 36,32). Os babilônios vieram (Jr 37,4-5), mas recuaram por causa dos egípcios. Jeremias afirmou que eles voltariam (Jr 37,7-8), isso lhe custou nova perseguição (Jr 37,15; 38,13). Ele estava na prisão quando Jerusalém foi sitiada. Os babilônios deixaram que escolhesse onde morar. Jeremias ficou com Godolias, mas foi obrigado a ir para o Egito quando o governador foi morto (Jr 43,6).

3. Profetas durante o exílio da Babilônia: Jerusalém, por vários anos, foi alvo de pilhagem dos caldeus apoiados pelos vizinhos. Nessa época o rei Joaquim (609-597 a.C) de Judá morreu e foi sucedido pelo jovem Joiakin. Pouco depois que Joiakin se tornou rei em 597 a.C., Jerusalém foi forçada a render-se ao rei Nabucodonosor. Os notáveis foram exilados na Babilônia. Sedecias foi deixado como rei vassalo. Dez anos depois, encorajado pelo faraó Apriés (Hofra, Jr 44,30), Sedecias rebelou-se contra a Babilônia (2Rs 24,20). Os babilônicos a sitiaram e a destruíram em 587 a.C. 


3.1 Ezequiel (יחזקאל, Deus fortalecerá): foi um dos judeus exilados com Joiakin (Ez 1,2). Teve um papel importante entre os anciãos (Ez 8,1; 11,25; 14,1; 20,1). Considerava-se um enviado de Deus aos exilados, para demolir a esperança da libertação de Jerusalém e aliviar a angústia face à destruição. Para mostrar que Deus não está preso à Terra de Israel. Para conscientizar da responsabilidade individual pelos pecados. 

3.2 Deutero Isaías (Is 40-55): Profetizou na Babilônia após as primeiras vitórias de Ciro (550 a.C). Por causa das palavras “consolai, consolai meu povo” é chamado o livro da Consolação de Israel. Propõe um novo Êxodo. Começa uma tendência universalista Israel é luz para as Nações e o “Servo do Senhor” é um indivíduo que incorpora o destino do povo (personalidade corporativa). Quatro “Cânticos do Servo”.

Próximo texto clique aqui
______________________
* Graduada em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará e em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (Faje - BH), onde também cursou mestrado e doutorado em Teologia Bíblica e lecionou por alguns anos. Atualmente, leciona na Faculdade Católica de Fortaleza. É autora do livro Eis que faço novas todas as coisas – teologia apocalíptica (Paulinas).